Melanie Klein

Melanie Klein (1882-1960) foi, em alguns aspectos, a mentora de Anna Freud. Nasceu em Viena, mas mudou-se mais tarde para a Inglaterra em 1926, após um convite para trabalhar com o psicanalista Ernest Jones, residente em Londres, ela foi uma pioneira na aplicação de técnicas psicanalíticas em crianças com problemas. Suas contribuições significativas são impressionantes, especialmente porque ela nunca frequentou a universidade e também carregava o estigma de ser uma mulher divorciada trabalhando em uma área acadêmica que era, na época, dominada por homens de classe média alta com alto nível educacional.

Klein também foi fundador da “teoria das relações objetais”. Essa teoria afirma que, quando somos crianças, a maneira como somos tratados pelos adultos ao nosso redor (geralmente nossos pais, mas a teoria se aplica a qualquer pessoa que seja responsável por nos dar cuidado e atenção) nos leva a formar representações mentais das pessoas ( ou “objetos”) que moldam a forma como percebemos os outros. Os teóricos das relações de objeto acreditam, por exemplo, que se recebermos tratamento negligente ou severo nas mãos de uma figura materna, o “objeto mãe” resultará em carregarmos uma representação mental de uma mulher que está sujeita a abusar de nós. Quando encontramos uma pessoa que nos lembra nosso pai negligente, automaticamente começamos a nos relacionar com ela como se fosse o pai em questão. Como resultado,

Embora Klein se identificasse como amplamente leal a Freud, ela discordava de algumas de suas teorias. Por exemplo, Freud acreditava que o Superego se desenvolve durante o estágio fálico do desenvolvimento psicossexual quando uma criança começa a se identificar com seu pai do mesmo sexo e supera o Complexo de Édipo ou Electra. Klein, porém, achava que nasceu uma criança com o Superego já em funcionamento. Sua abordagem clínica também foi substancialmente diferente. Freud havia trabalhado principalmente com pacientes adultos e baseando suas opiniões na experiência da infância, conversando com seus pacientes sobre seu passado. Klein preferia trabalhar diretamente com crianças, algumas com apenas dois anos de idade. Ela enfatizou o importante papel da brincadeira na identificação e comunicação das emoções das crianças e as encorajou a usar brinquedos para falar sobre suas experiências.

Klein inventou a frase “posição depressiva” para descrever um marco importante no desenvolvimento da criança. Ela afirmou que as crianças pequenas não têm a capacidade de reconhecer que outras pessoas contêm uma mistura de qualidades positivas e negativas e que os bebês não têm a capacidade de perceber que a mesma pessoa que pode lhes trazer prazer e conforto também pode ser uma fonte de ansiedade e dor. Somente quando uma pessoa atinge a posição depressiva, ela atinge um Ego totalmente integrado e funcional. O indivíduo pode então sentir empatia pelos outros e começa a reconhecer que tem o poder de magoar os outros, incluindo aqueles de quem gosta.

Embora ela se correspondesse com Anna Freud e atuasse como mentora, a dupla discordava sobre o papel da agressão na infância. Klein deu mais ênfase aos sentimentos agressivos do que Anna Freud, o que levou a uma série de disputas em meados do século XX. Eventualmente, várias escolas de psicanálise surgiram na Grã-Bretanha, incluindo a abordagem kleiniana. Hoje, a análise kleiniana é praticada em um estilo tradicional, com um paciente comparecendo à análise até cinco vezes por semana.

Segundo Horney, existem várias causas de desenvolvimentos neuróticos (Vallejo Orellana, 2002):

  1. Dê e receba carinho.
  2. Questões ao redor do autoavaliação e auto-afirmação.
  3. Repressão da agressividade. Isso causaria uma angústia básica que representaria o núcleo de toda neurose. Tem três características essenciais: desamparo, irracionalidade e alerta de que algo não está certo dentro do nosso Ser..
  4. Tentativa de escapar da angústia através de racionalizações, negações, narcotizações (drogas, viagens, trabalho, compras), fugas, inibições, isolamento social, idealizações de si mesmo, etc..
  5. objetivo terapêutico Eu estava elevar a auto-estima e o autocontrole do sujeito, evitando na análise aquelas interpretações que machucam seu ego.

Tendências neuróticas

Como foi visto no vídeo, as tendências neuróticas descritas por Horney são aplicáveis tanto às pessoas psicologicamente saudáveis quanto às neuróticas. A diferença está, basicamente, no nível de intensidade das tendências, no grau de consciência do sujeito, na forma repetitiva e compulsiva em que tais tendências se manifestam e se há ou não diversificação no uso das estratégias.

 

Em direção aos outros

O conceito de “em direção aos outros” não significa que essa movimentação acontece motivada por amor genuíno, mas por uma necessidade neurótica de proteger a si mesmo de sentimentos de impotência.

Na tentativa de se protegerem, pessoas neuróticas podem empregar as duas primeiras necessidades neuróticas (necessidade de afeição e de um parceiro poderoso), lutando desesperadamente por afeto, aprovação ou por uma pessoa poderosa que assuma a responsabilidade sobre suas vidas. Horney referia-se a essas necessidades usando o termo “tendências mórbidas”.

Neuróticos que adotam essa tendência costumam ver a si mesmos como pessoas amáveis, generosas, humildes e sensíveis aos sentimentos dos outros. Elas se submetem aos outros de boa vontade, enxergam as outras pessoas como mais inteligentes e/ou atraentes, e avaliam a si mesmas de acordo com a opinião dos outros.

 

Contra os outros

Assim como pessoas complacentes supõem que todos são bons, pessoas agressivas partem do princípio de que todos são hostis. Em consequência, adotam a estratégia “contra os outros”. Pessoas neuroticamente agressivas são tão compulsivas quanto as neuroticamente complacentes, e ambas têm seus comportamentos provocados pela ansiedade básica.

Contudo, os agressivos, em vez de adotarem uma postura submissa e dependente, posicionam-se de maneira rude e implacável. Orientam-se com base em uma forte necessidade de explorar os outros em benefício próprio, raramente admitem seus erros e são compulsivamente motivadas a parecerem perfeitas, poderosas e superiores.

Essa tendência incorpora cinco das dez necessidades neuróticas: necessidade por poder, por exploração, por reconhecimento e prestígio, por admiração e por conquistas. Pessoas movidas por essa tendência jogam para vencer e não pelo prazer de jogar. Podem parecer trabalhadoras e prestativas em seu local de trabalho, mas sentem pouco prazer no trabalho que executam. Suas motivações básicas são o poder, o prestígio e a ambição pessoal.

Note que as tendências “em direção aos outros” e “contra os outros” são, em muitos pontos, opostas. Contudo, em ambas o centro de referência localiza-se fora da própria pessoa, ou seja, numa tendência ou noutra os neuróticos precisam dos outros. Pessoas complacentes precisam que os outros satisfaçam suas carências relacionadas ao sentimento de impotência, enquanto que os agressivos usam os outros como uma proteção contra a hostilidade (real ou imaginária) da vida em sociedade.

Em pessoas saudáveis, contudo, essas tendências podem gerar comportamentos saudáveis como a amabilidade (no primeiro caso) ou a competição dentro de regras razoáveis (no segundo caso).

 

Para longe dos outros

Na tendência “para longe dos outros”, diferentemente das anteriores, outras pessoas são menos importantes. Aqui, no intuito de solucionar o conflito básico do isolamento, algumas pessoas se comportam de maneira emocionalmente distanciada das outras. Há necessidade de privacidade, independência e autossuficiência.

Em pessoas saudáveis a tendência “para longe dos outros” pode levar a comportamentos positivos como a busca pela autonomia e a serenidade. Entretanto, quando essas necessidades tornam-se neuróticas ocorre a criação compulsiva de fortes barreiras emocionais entre o neurótico e as demais pessoas.

Para muitos neuróticos, o vínculo com outros gera uma tensão intolerável. Em consequência, eles sentem o desejo compulsivo de se afastar. Frequentemente constroem um mundo próprio e se recusam a deixar outras pessoas participarem dele. Valorizam a liberdade e a autossuficiência, e costuma ser percebidos como distantes e inacessíveis. Evitam compromissos sociais, preservam o distanciamento mesmo em relação aos seus parceiros (quando casados) e temem profundamente precisar de outras pessoas.

Quase todos os neuróticos têm a necessidade de se sentirem superiores, mas o neurótico emocionalmente distanciado tem uma intensa necessidade de se sentir forte e poderoso. Seus conflitos básicos são toleráveis apenas diante da falsa crença de que é uma pessoa perfeita, portanto acima das críticas. Ele foge da competição por medo de falhar e ver desmoronar suas falsas convicções a respeito de si mesmo. Assim, prefere que suas supostas qualidades sejam reconhecidas sem que precise se esforçar.

 

 

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